quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O que aprendi estudando para vestibular


Há três anos, me imaginava aprovada em Medicina em qualquer lugar. Estava começando o Ensino Médio e não havia noção de quão grande era o caminho que queria percorrer. Entretanto, estava disposta a faze-lo, então isso não importava muito. Em 2013, ao ver que o vestibular de Medicina ia muito além do que eu pensava, comecei a estudar mais e mais em busca desse objetivo.

No primeiro ano, estudei "normal". Prestava atenção nas aulas, revia a matéria em casa e fazia os exercícios das apostilas da escola. No geral, ficava até as 20h estudando todos os dias e, depois disso, me divertia com duas grandes paixões minhas - livros e internet - e ia dormir, no máximo, ás 23h. No segundo semestre, passei a frequentar uma nutricionista e a fazer atividade física. Isso tudo permitiu que eu pudesse liberar meu nervosismo em algum lugar e emagrecesse - algo que, de certo modo, elevou minha autoestima.

No segundo ano, enfiei na minha cabeça que eu devia viver para ser médica, e não o contrário. Deixei de fazer tudo que gostava e ainda gosto, excluí meu antigo blog, passei a dormir pouco e mal, comecei a comer muita porcaria, parei de praticar atividade física e me isolei das pessoas que amo apenas para estudar. Não importava para mim se eu estava passando mal, se as pessoas estavam se afastando de mim, se eu estava deixando de aproveitar a vida, porque a minha "vida" dependia única e exclusivamente da minha bunda na cadeira o máximo de horas possíveis por dia.
    
No terceiro ano, resolvi ser menos inflexível em relação ao ano anterior. Saí mais com meus amigos e Entretanto, isso não significou folga para mim. Não conseguia viver a vida de maneira mais leve, não deixava de exigir mais sangue e suor até mesmo nos momentos em que estava esgotada. E isso me fez muito mal. Só depois do vestibular que eu estava esperando tanto que eu percebi que tinha "ferrado" com um bom pedaço da minha vida. Que tornei a busca por conhecimento algo pesado e sem cor.

No entanto, graças a essa experiência ruim, acredito que tenho certo "cacife" para falar sobre o que é ser vestibulando e ajudar quem as pessoas que estão vivenciando esse período a passar por ele sem sequências/lembranças ruins.

#1 Estude para viver. Não viva para estudar.


Não há necessidade de resumir a vida aos estudos. Isso é válido também para quem pretende fazer Medicina, Médico, antes de ser médico, é humano. E humanos não foram programados para serem máquinas. Até mesmo as máquinas precisam descansar, se não eles superaquecem. Você é o mesmo. Não estou dizendo que você não tem que estudar. TEM SIM. Mas com equilíbrio. Custa estudar de segunda a sábado e deixar o domingo para ser uma pessoal normal?

#2 Qualidade é mais importante que quantidade.

  
Esqueça matérias de portais como G1 e R7 que relatam coisas como "primeiro lugar em Medicina 'universidade pública'/vestibulando que passou em oito vestibulares de medicina estudava 25 horas por dia". Eu sou a prova viva de que horas de estudo não valem nada em comparação a um período curto, porém bem aproveitado. Não só em horas, mas também em conteúdo. Não queira ver todo o conteúdo do Ensino Médio em um dia. Você estudará muito mal. Por isso, invista, primeiramente, na qualidade do seu estudo para, depois, distribuir essa qualidade ao aumentar o seu tempo de dedicação e a quantidade de matérias por dia. Por buscar mais a quantidade do que a qualidade, não consegui lembrar de detalhes que me aprovariam nas provas que fiz. E como fazer para lembrar desses detalhes? Estudando com qualidade! 

#3 Dormir bem, comer certo e praticar exercícios são hábitos essenciais.


Ter esses três hábitos ajudará você a manter a sua qualidade de vida. Deixe as famosas viradas para o pessoal da Ásia. Investir em boas noites de sono contribuirá tanto para a assimilação do conteúdo estudando, quanto para preparar o cérebro para receber novas informações. Comer certo preservará a sua saúde - ninguém quer ter complicações no organismo em pleno ano de vestibular, né?. Os exercícios físicos servem tanto para distração - sempre é bom ir a academia ou caminhar pelo bairro para dar uma "desopilada" dos livros - quanto para melhorar a sua concentração e foco - foi constatado que caminhar diariamente contribui muito para as duas qualidades citadas anteriormente.

Enfim, é isso. Espero que tenha gostado e que o texto tenha te ajudado de alguma forma! Um beijo e até o próximo post :)