sábado, 7 de maio de 2016

Assalto à mente armada



Angustia. Desnorteamento. Insegurança.  Esses são alguns sentimentos que me consomem há muito tempo. O motivo? Ansiedade. Uma vilã que vive dentro de mim desde os meus doze anos e, desde então, prejudica a minha vida em todos os aspectos. Perdi a conta de quantas vezes não fui bem em uma prova ou apresentei mal um trabalho escolar por culpa dessa maldita. Inúmeras foram às noites em que não consegui dormir por causa desse distúrbio.
É terrível não ter controle sobre si mesmo. Não desejo a ninguém a experiência de conviver com crises de tensão repentinas onde a respiração é desregulada, o coração tenta sair pela boca, a cabeça explode e você tem a breve sensação que vai morrer. Imagine lidar com isso semanal e, ás vezes, diariamente?

Muitos dizem que doenças psicológicas são “frescura” e “doença de rico”. Outros chegam ao ponto de afirmar que as vítimas de tais enfermidades são loucas por, em alguns casos, necessitarem de tratamento psiquiátrico. Sei que tais julgamentos derivam, em sua maioria, da ausência de conhecimento sobre a problemática. Porém, em pleno século XXI, onde transtornos mentais são considerados os males do centenário, não procurar entender o que são eles e como eles funcionam é, simplesmente, falta de interesse.

Sinto muito caso eu esteja sendo ignorante com você, leitor. No entanto, tente entender minha (e a de tantos outros) posição: lidar com tais disfunções psíquicas não é e nunca foi fácil. Não é algo agradável estar bem e, do nada, começar a sentir-se mal. Não é legal acreditar, por um período de tempo, que você é a pior pessoa do universo porque você vive remoendo momentos torturantes de sua vida. Não é divertido ser refém de si mesmo.