quinta-feira, 28 de julho de 2016

A relação brutal entre tempo e dinheiro


Ansiedade. Estresse. Cansaço. Esses são os reflexos de uma sociedade submissa ao tempo. Tal entidade física, no auge do Capitalismo, é cultuada como sendo sinônimo de dinheiro. No entanto, essa ligação é brutal, uma vez que se reflete negativamente no sistema e no indivíduo.

Em meados do século XX, a dinâmica capitalista atinge seu ápice ao implementar a Revolução Tecnico-científica-informacional. Tal modelo traz como característica marcante a cobrança excessiva por maior produtividade ao funcionário, algo que expõe a necessidade de desfrutar do tempo existente para potencializar o lucro. Contudo, essa exigência em demasia promove o esgotamento do trabalhador, o que faz o tão almejado rendimento máximo permanecer apenas no Ciclo de Carnot - circuito no qual uma máquina térmica apresenta a maior eficiência possível.


Como consequência da dinâmica apresentada, há a supervalorização do dinheiro por parte do cidadão, algo que o torna escravo do tempo. A ansiedade e o estresse gerados pela "necessidade" de viver em prol do futuro não permitem que o indivíduo "aproveite o dia", o que vai de encontro com os ideais árcades. Prova disso é a emblemática ideologia "hoje eu trabalho, amanhã eu usufruo", que estimula as pessoas a abrirem mão do presente para se "beneficiar" do capital na posterioridade.

Simbolizar tempo em dinheiro traz consequências negativas para o modelo capitalista e para o cidadão. Logo, é preciso que os sindicatos promovam fiscalizações rigorosas nas empresas a fim de evitar relações trabalhistas abusivas. Além disso, é necessário que ONG's realizem campanhas nos espaços públicos para conscientizar a população sobre a importância de desacelerar internamente. Isso permitirá o desenvolvimento de uma sociedade menos vinculada ao capital.