segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A intolerância em xeque


Racismo. Homofobia. Machismo. Esses são os reflexos de uma sociedade austera. Em pleno século XXI, ainda existem pensamentos reacionários que afetam negativamente os entes sociais. Prova disso é o aumento da popularidade de políticos defensores de ideais radicais. Tal tendência decorre de fatores históricos e culturais.

A "descoberta" e fundação da nação verde-amarela no século XVI contaram com uma base religiosa e patriarcal. Por muito tempo, a Igreja Católica e os "homens bons" controlaram e impuseram uma moral social alicerçada nas suas ideias. No entanto, apesar dos avanços políticos, econômicos e tecnológicos, o país ainda traz como herança dos tempos pré-republicanos o pensamento primitivo através da intolerância. Reflexo disso é a existência de uma inflexibilidade por parte de grupos religiosos tradicionais em relação a crenças de matriz africana, algo muito comum no período colonial brasileiro e que persiste na República.


Como consequência da dinâmica apresentada, há a instalação de ideais reacionários na sociedade, algo que gera a rigidez a cerca de pensamentos liberais. A herança católica e machista ainda padroniza o imaginário popular, fato que o sociólogo Émile Durkheim nomeou de "consciência coletiva". Essa unificação de reflexões corrobora para o fortalecimento da intolerância, visto que, por permearem a moral social, tais ideias, muitas vezes, são maquiadas como "opinião", quando, na verdade, são discursos de ódio, algo que as "justifica". Prova disso foi a polêmica que envolveu o tema da redação do Enem 2015, na qual algumas pessoas expressavam sua indignação ao afirmar que "tal problema não existe".

A problemática da austeridade na nação deriva de questões históricas e culturais. Logo, é necessário que as escolas, baseando-se nas aulas de Sociologia, discuta esse tema com seus alunos a fim de conscientizá-los sobre esse distúrbio social. Além disso, é preciso que ONG's, por meio de campanhas nos espaços públicos, desconstruam o pensamento popular primitivo. Isso contribuirá para o desenvolvimento de uma sociedade menos intolerante.