quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A reintegração do usuário de crack na sociedade


Cocaína. Maconha. Heroína. Essas são algumas das drogas mais usadas do mundo. Em meio a um século no qual o crack é a substância ilegal que predomina no país, questiona-se sobre a reintegração do usuário na sociedade. Essa não ocorre em decorrência de questões culturais e estruturais.

O Naturalismo foi um movimento literário que ocorreu em meados de 1800. Ele possuía como objetivo expor a realidade daqueles que eram subjulgados socialmente, como os trabalhadores. Na era da Revolução Tecnico-Científica-Informacional, o utilizador de entorpecentes seria o alvo dos estudos naturalistas. A cultura brasileira, desde os tempos coloniais, tende a marginalizar aqueles que fogem do padrão, seja pelo preconceito, seja pelo tabu. Isso, além de prejudicar a inclusão do utilizador, contribui para que ele não saia do ciclo do vício.


Como consequência da dinâmica apresentada, há a retardação nas pesquisas sobre esse problema social. Cientistas, influenciados pelo seu próprio preconceito ou pelo da sociedade, muitas vezes, se negam a tentar entender o dependente e desenvolver uma maneira de curá-los. Somado a isso, existe também a ausência de investimentos nos projetos que visam atuar nesse conflito de saúde pública, o que promove a manutenção de um modelo arcaíco e, por conseguinte, a geração de um baixo índice de reintegração. Prova disso é o fato de que a Suíça, na década de 80, após se ver em meio a um caos causado pela Heroína, passou a seguir s terapêutica baseada na pesquisa do professor Bruce Alexander, que permitiu que 2/3 dos pacientes conseguissem arrumar um emprego.

A inclusão do consumidor de crack não acontece devido a fatores culturais e estruturais. Logo, é preciso que ONG's, através de campanhas nos espaços públicos, conscientizem a população a respeito da importância de restabelecer o utilizador do entorpecente na sociedade. Além disso, é necessário que tanto o Governo quanto empresas privadas, por meio de parcerias, invistam no progresso de tratamentos mais eficientes. Essas propostas permitirão que o usufruidor da substância ilícita se integre ao meio social novamente.