sexta-feira, 9 de março de 2018

{Leitura} Finalmente comecei a saga Harry Potter!



É estranho pensar uma pessoa nunca leu uma série de livros tão famosa quanto Harry Potter foi e continua sendo no cenário da cultura pop mundial. Porém, acredite se quiser, mas eu, oficialmente, só li o livro agora em 2018. Tive o primeiro contato com a estória em 2009 e tentei arduamente ingressar naquele universo, mas eu e o livro não estávamos na mesma sintonia naquele momento. 

Após nove anos, em uma conversa com amigas, chegamos ao assunto "Harry Potter" e eu, que nunca tinha lido os livros nem assistido os filmes, não pude contribuir muito para o debate. Papo vai, papo vem, e uma delas me diz para fazer o teste do chapéu seletor para saber em qual casa da tão famosa Escola de Bruxaria de Hogwarts eu estava e, creem em mim ou não, foi isso que gerou a minha vontade de dar uma nova chance ao mundo de J. K. Rowling - aliás, sou Sonserina - e, agora, quero registrar a leitura aqui no blog.


A estória gira em torno de Harry Potter, um menino que, após morar por terríveis onze anos na casa de seus tios "trouxas", descobre, em seu décimo primeiro aniversário, que é um bruxo e possuía uma carta-convite para treinar suas habilidades em uma das escolas mais renomadas do universo mágico: Hogwarts. Com o passar do livro, vemos ele se aventurar nesse novo universo ao participar de treinos de quadribol, aprender a preparar poções, descobrir o que aconteceu com seus pais, se meter em confusões e lutar para que a pedra filosofal não caia nas mãos erradas. 


Primeiramente, eu tenho que falar de um detalhe do livro que me impediu, por muito tempo, de dar continuidade à saga em momentos anteriores: os capítulos iniciais conseguem ser bem maçantes. Não consigo explicar o porquê, só consigo dizer que foi algo que senti em todas as minhas tentativas. Contudo, dessa vez resisti e pude chegar aos capítulos em que o enredo começa a ficar bem interessante. 

Magia sempre foi uma temática em que o ser humano teve curiosidade e, de certa forma, muito preconceito por bastante tempo. Todavia, Rowling consegue se apropriar do interesse e cria um macrocosmo no qual tudo é bem interligado e apresenta um sentido agregador ao desenvolvimento - sério, teve um comeback do início do livro ela fez quando eu estava além da metade que eu pensei "caraca, que genial". 


Declaro que, em relação aos personagens, fiquei bem intrigada com a personalidade de cada um e me questionei bastante a escolha das casas de cada um. Particularmente falando, acho que Rony e Neville pertenciam muito mais a Lufa Lufa do que a Grifinória (pelo espírito bondoso e altruísta) e Hermione deveria ser Corvinal. Não questionarei a casa do Harry porque há outros fatores envolvidos nisso, mas não posso deixar de expor que ele, para mim, transita entre Grifinória e Sonserina. Porém, espero que os próximos livros me ofereçam argumentos para quebrar essas ideias.

Duas características que eu gostei bastante no enredo foram: o currículo que Hogwarts oferece a seus alunos. Apesar das chatas aulas de História da Magia, deve ser sensacional aprender a preparar poções e a se defender das artes das trevas; os ensinamentos que a trama expõe são incríveis - principalmente pensando na perspectiva de que a literatura é indicada para o público infanto-juvenil. Em um livro só, aprendemos sobre amizade, trabalho em equipe, lealdade e sobre resiliência.


Diante disso, assumo que a saga de J.K. Rowling me deixou encantada - apesar das faltas que a autora tem cometido nos últimos tempos com os fãs. Pude enxergar bem os motivos pelos quais a vida de Harry Potter foi e continua sendo uma febre no mundo inteiro. Espero não me decepcionar com o próximo livro. Assim, deixo aqui o trecho do livro que abalou meu âmago e, por isso, é o meu favorito:

"O espelho vai ser levado para uma nova casa amanhã, Harry, e peço que você não volte a procurá-lo. Se algum dia o encontrar, estará preparado. Não faz bem viver sonhado e se esquecer de viver, lembre-se."

Para acompanhar minhas leituras, me siga no meu perfil do Skoob.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Sonhos em um sistema falho


O ano de 2018 é meu terceiro de cursinho. Medicina? Sim. Era de se esperar devido a quantidade de tempo que passou desde que saí do colégio e que, ainda, passa enquanto tento entrar na universidade. Em 2013, quando estava no primeiro ano do Ensino Médio, decidi que ia me dedicar muito pelos próximos três anos a fim de conseguir o que eu tanto queria. Já se passaram cinco anos e eu estou aqui ainda. 

Muito abdiquei para ter uma chance de alcançar meu sonho: meus hobbies, meus amigos, minha família, meu sono, minha saúde física e mental. Porém, por mais que eu sofresse com tudo que aconteceu, eu acreditava que meu esforço seria recompensado, uma vez que eu, no ditado popular, "fiz por merecer".

Contudo, hoje eu me questiono se o que eu fiz realmente valeu a pena. Apesar de acreditar que tudo tem seu tempo, também creio - ou custava a crer - que tanto tempo dedicado a tal projeto converter-se-ia na minha recompensa, algo que não aconteceu - e sabe Deus se vai acontecer esse ano.

Tento ser resiliente e continuar firme, visto que "só não passa quem desiste". Todavia, como todo estudante sabe, o fardo de não estar na faculdade com, praticamente, vinte anos nas costas é uma característica que a sociedade não deixa de desvalorizar, o que, consequentemente, interfere na sua percepção sobre si mesmo. Conflitos familiares e de amizades também brotam diante desse cenário caótico e tudo que você pode fazer é "sobreviver" se quiser o prêmio. 


O processo seletivo é outro fator que interfere muito na nossa autoestima e na nossa resiliência. A cada ano que passa, se prova mais que o ENEM é um sistema que, apesar de ter acabado com a maioria dos vestibulares tradicionais do país, é muito injusto. Você não consegue medir o nível de dedicação de alguém por ele - o que acaba afetando muito a mente de nós, vestibulandos de medicina.

O resultado saí. Você chora. Chega o SiSU e as vagas são escassas, algo que contribui para a elevação das notas de corte. Logo em seguida aparece o ProUni que, pelo menos para mim, não faz diferença, visto que nunca estudei em escola pública nem fui bolsista na minha instituição particular - um privilégio? Sim. Não posso negar isso em meio as desigualdades que nosso país possui. Mas não significa que minha vida seja mais fácil

FIES. Minha última esperança. Nunca gostei muito da ideia de tentar o programa, seja porque eu não queria ter uma dívida milionária logo após a minha formatura, seja porque eu não queria arriscar ter que largar o curso a qualquer momento por cancelamento do financiamento - situação que ocorreu com muitas pessoas. Mas o desespero é tão grande que a gente até ignora esses "pequenos, porém grandes" detalhes. 

Chegou o FIES. As faculdades que eu estava pleiteando - no caso, a que eu teria condições de sustentar a parcela que o financiamento não cobriria - saíram do sistema esse ano. Possuo nota para as de Salvador, capital do meu estado, que permaneceram, porém não tenho como arcar a outra parcela de uma mensalidade de mais de 8 mil, visto que o teto do financiamento é de 5 mil.


Uma colega minha do cursinho, no meio do ano passado, entrou em uma particular com a nota do Enem. A média dela era 30 pontos menor do que a minha e, com cálculos simples, você vê que isso resulta em uma diferença de 150 pontos na prova do Enem. Mas ela entrou porque tinha como pagar os 7 mil que a faculdade pedia todo mês. Universidade pública está difícil pra entrar - e acreditem em mim quando digo isso porque não entrei em uma federal no segundo semestre de 2017 por causa de 0.06 pontos que a pessoa que estava na minha frente na lista de espera tinha. 


Vestibular de medicina é resistência? É. Mas tem hora que cansa. E o sistema que a gente vive, ao invés de ajudar, complica.


A situação tá tão DESUMANA que eu, hoje, ao ver pessoas partindo para outros cursos, se arriscando em faculdades recém abertas e migrando para a Argentina/Paraguai/Bolívia, não consigo mais julgar como julgava no passado - pra falar a verdade, compreendo muito o lado delas.


Isso não significa que eu vá desistir - é algo que eu quero muito e não me vejo exercendo outra profissão além da medicina. Eu espero, de verdade, que eu posso postar aqui no próximo que eu passei. Espero que todas as estratégias de estudo que eu adotei esse ano surtam efeito. Porém, não sou estúpida, nem alienada para não conseguir enxergar o quadro absurdo ao qual chegamos. Deus proteja os vestibulandos do Brasil porque se for depender do sistema, nós estamos ferrados.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

{TAG} Desafio Doramas

Olá, pessoal! Tudo bem? Hoje vou responder um desafio visto no twitter em dezembro de 2017 que tentei cumprir diariamente, mas falhei. Então, resolvi responder todas as questões de uma vez aqui no blog mesmo. Só deixando claro que o desafio foi criado pela @adorameira 

1. Como você descobriu o mundo dos dramas? Eu conheci os doramas por meio de um vídeo da influencer Karen Bachini em que ela falava sobre eles e tal. Como eu tava sofrendo com a ansiedade pré Enem na época, acabei assistindo um curtindo apenas para me distrair e agora não largo mais.


2. Há quanto tempo você vê e quantos já assistiu? Vejo doramas há cerca de um ano e quatro meses e, nesse meio tempo, de acordo com o MyDramaList, assisti 29 doramas até agora.


3. Qual foi seu primeiro dorama? Meu primeiro dorama foi Noble My Love, que tem tanto no Netflix quanto no DramaFever. Ele conta a história de como a vida de uma veterinária e de um CEO se entrelaçam depois que ela salva a vida dele. 


4. Último dorama concluido? Boys Over Flowers, com Lee Min-ho e Ku Hye-sun.


5.  Dorama(s) que está assistindo? Estou acompanhando Fight For My Way, Devil Beside You, Sweet Stranger and Me e Oh My Ghost. 


6. Drama favorito? eu não tenho um dorama favorito :( tenho vários. Mas alguns são: Romantic Doctor, Teacher Kim; Age of Youth; Doctor Crush; Moon Lovers e Boss & Me


7. Web drama/Mini drama favorito? meu mini drama favotiro é, sem dúvidas, Go Ho's Starry Night. A Yuri, do Girls Generation, e o Kim Young Kwang dão uma surra na atuação de muita gente por aí.

8. Atriz favorita. Seo Hyun-jin, sem dúvidas. Ela é incrivelmente talentosa - sem contar que suas personagens sempre me fazem rir.


9. Ator favorito.  Kim Young Kwang, sorriso mais lindo de toda a Coreia. 


10. OST favorita. Eu não tenho uma OST específica que eu goste, porém tenho uma playlist com as músicas que eu mais gosto nos doramas que já assisti: 



11. Personagem feminina favorita. Certamente é a Zhong Yu Tang, de Refresh Man, por motivos de Joanne Tseng mulherão da porra + melhor character development que eu já vi em um dorama



12. Personagem masculino favorito. Eu não tenho um, porém Jang Jae Yeol (It's Okay, That's Love), ceifador (Goblin) e Dr. Kang Dong Joo (Romantic Doctor, Teacher Kim) possuem seus respectivos character developments muito bons. 


13. Personagem no qual você se identifica. A personagem com a qual eu mais me identifiquei até agora foi a Yoon Seo-Jung de Romantic Doctor, Teacher Kim. Isso se deve ao fato de que, ao longo da história, ela teve que lidar com o seu transtorno pós traumático a fim de conseguir seguir seus sonhos - e eu passo por uma situação similar.


14. Casal favorito.  Em meio a tantos casais fantásticos, acabei optando por Eun Hwan-Ki e Chae Ro-Woon, de Introverted Boss. Achei incrível a forma como o relacionamento deles cresceu em meio a todo o caos e cicatrizes que haviam entre eles e como ambos cresceram como pessoas depois que se conheceram.


15. Brotp favorito. Eu ainda não me decidi entre Goblin-Ceifador, de Goblin, e Big Boss-Wolf, de Descendants of The Sun. Então, vai o gif de ambos:

 

16. Melhor beijo.  Acredito que seja os de Doctor Crush, mas falo isso porque gostei de ver a Park Shin Hye se entregando verdadeiramente para um beijo de dorama e ele nos proporcionou isso.


17. Pior beijo. Sem sombra de dúvidas foi o de Radiant Office. O que mais me revolta nisso é que colocaram um ator beijoqueiro pra fazer aquele beijinho escroto.


18. Um vilão/vilã que você amou odiar. Infelizmente, ou felizmente, não teve nenhum que eu amei odiar. Todos eles me fizeram passar muita raiva.


19. Gênero de drama favorito. Dorama médico, certeza.


20. Um dorama que você odiou o final. Moon Lovers, por motivos de: SoSoo merecia mais.


21. Um dorama que todo mundo ama e você não. Cinderella and Four Knights. Achei que a história fosse melhor, pela forma com que as pessoas falam do dorama.


22. Um drama que te fez chorar. Acredito que seja Descendants of The Sun, não só pelas cenas de tensão e de romance, mas também pelas tragédias que aconteceram ao longo da trama (como o caos causado pelo terremoto).


23. Um drama que droppou e por que droppou? Oh My Vênus. A história tava tomando rumos confusos e os personagens estavam muito chatos. Sem contar que eu achei o dorama bem gordofóbico.


24. Um drama que assistiu por causa de um idol/bias? Dream Night. Só assisti por causa do GOT7.


25. Um drama que todo mundo já viu e você não. I'm not a robot. E provavelmente nunca assistirem porque não me senti atraída pelo enredo do drama.


26. Um drama que seu sonho era que tivesse 2ª temporada. Vou acabar repetindo o dorama. Todavia, pra mim, Moon Lovers NECESSITA de uma segunda temporada. Tem muita coisa em aberto na história e meu casal precisa de um final feliz.


27. Um drama que não esperava muito e amou. O drama chinês Boss & Me. Até o episódio 10 eu achei a narrativa bem fraquinha e aí foi muito surpreendente como a protagonista cresceu e como a história terminou.


28. Um drama que esperava muito e se decepcionou. Sem dúvidas foi My Secret Romance. Eu achei que ele poderiam ter focado muito mais na construção do relacionamento do casal do que no fato de que o relacionamento deles começou com um caso de uma noite só. Além disso, a protagonista era muito passiva diante das situações que ocorriam, algo que me irritava muito.


29. Um dorama que você adora panfletar. AGE OF YOUTH NA VEIA. Eu realmente penso que todo mundo, mas, principalmente, as mulheres, deveriam ver esse dorama. Ele, de maneira muito engraçada e sútil nos mostra como temos fantasmas na nossa vida que acabam por atrapalha-lá e nós, mesmo tendo a possibilidade, não fazemos algo para detê-los.


30. Foto ou vídeo de uma cena que você ama. É uma cena bem clichê, mas eu gostei muito da cena em que o Shin Joon Young confessa seu amor à No Eul em Uncontrollably Fond - meu lado fangirl despertou nesse momento. 



Enfim, pessoal. Essas foram as minhas respostas. Espero que tenham gostado e que façam a TAG também :)

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Uma ponta de esperança


Passei mais um final de semana da minha vida em função do ENEM. Contando a última prova, realizei o exame quatro vezes. Nos três primeiros anos, fiz a prova extremamente apreensiva e ansiosa e saia da sala de aplicação sabendo que o resultado não ia ser o melhor. A redação? Meu maior medo. Tinha um ataque de pânico só de pensar em produzir uma dissertação-argumentativa. 

Com o ENEM 2016 foi diferente. Eu senti isso dentro de mim. Realizei a prova equilibrada emocionalmente, algo que me permitiu ter calma e vontade de fazer as questões. A redação? Deixou de ser um problema há bastante tempo.

As vezes a gente não sabe o porquê de não ter conseguido algo em determinado momento. Porém, a vida sempre nos mostra que cada um tem a sua hora. Posso não conseguir o meu objetivo esse ano, mas aprendi coisas que os últimos três não foram capazes de me mostrar. Ainda assim, sigo com uma ponta de esperança, esperando o dia dezenove de janeiro chegar.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A reintegração do usuário de crack na sociedade


Cocaína. Maconha. Heroína. Essas são algumas das drogas mais usadas do mundo. Em meio a um século no qual o crack é a substância ilegal que predomina no país, questiona-se sobre a reintegração do usuário na sociedade. Essa não ocorre em decorrência de questões culturais e estruturais.

O Naturalismo foi um movimento literário que ocorreu em meados de 1800. Ele possuía como objetivo expor a realidade daqueles que eram subjulgados socialmente, como os trabalhadores. Na era da Revolução Tecnico-Científica-Informacional, o utilizador de entorpecentes seria o alvo dos estudos naturalistas. A cultura brasileira, desde os tempos coloniais, tende a marginalizar aqueles que fogem do padrão, seja pelo preconceito, seja pelo tabu. Isso, além de prejudicar a inclusão do utilizador, contribui para que ele não saia do ciclo do vício.


Como consequência da dinâmica apresentada, há a retardação nas pesquisas sobre esse problema social. Cientistas, influenciados pelo seu próprio preconceito ou pelo da sociedade, muitas vezes, se negam a tentar entender o dependente e desenvolver uma maneira de curá-los. Somado a isso, existe também a ausência de investimentos nos projetos que visam atuar nesse conflito de saúde pública, o que promove a manutenção de um modelo arcaíco e, por conseguinte, a geração de um baixo índice de reintegração. Prova disso é o fato de que a Suíça, na década de 80, após se ver em meio a um caos causado pela Heroína, passou a seguir s terapêutica baseada na pesquisa do professor Bruce Alexander, que permitiu que 2/3 dos pacientes conseguissem arrumar um emprego.

A inclusão do consumidor de crack não acontece devido a fatores culturais e estruturais. Logo, é preciso que ONG's, através de campanhas nos espaços públicos, conscientizem a população a respeito da importância de restabelecer o utilizador do entorpecente na sociedade. Além disso, é necessário que tanto o Governo quanto empresas privadas, por meio de parcerias, invistam no progresso de tratamentos mais eficientes. Essas propostas permitirão que o usufruidor da substância ilícita se integre ao meio social novamente.

sábado, 10 de setembro de 2016

A inclusão do deficiente na sociedade

Observação: resolvi postar esse texto hoje para expor minha indignação a várias emissoras que fizeram questão de transmitir os Jogos Olímpicos, mas que estão "cagando e andando"para as Paralímpiadas.


Cão guia. Cadeira de rodas. Libras. Esses são alguns argumentos elementos presentes no cotidiano de um deficiente físico. Em meio a um ano no qual o país sedia as paralímpiadas, questiona-se sobre a inclusão dos portadores de necessidades especiais na sociedade, visto que há empecilhos estruturais e culturais que dificultam esse processo.

Os espartanos eram extremamente intolerantes em relação aos que apresentavam debilidades anatômicas, uma vez que promoviam a eliminação desses indivíduos a fim de gerar o "exército perfeito", A criação de uma "raça pura" ressurge no século XIX na República brasileira. A ausência de acessibilidade nas diversas esferas sociais permite que apenas cidadãos considerados "normais" exerçam seu direito ao convívio social. Isso promove a "seleção artificial" daqueles que não se encaixam no "padrão corporal", algo que os exclui socialmente.


Como consequência da dinâmica apresentada, ocorre o desenvolvimento de uma cultura de incompreensão e distanciamento do deficiente. A série "Demolidor", um dos produtos mais famosos da Netflix, relata a história de um rapaz que, apesar de apresentar deficiência visual, é um super-herói. Ofuscada por essa e tantas outras visões romantizadas dessas funções, o cidadão comum passa a acreditar que o portador de necessidades especiais é capaz de "enfrentar as barreiras sociais" impostas a ele. Isso contribui para que não haja reivindicações de adaptações para esses indivíduos, o que leva a isenção de tal parcela da população do convívio social.

As dificuldades de se incluir os deficientes na sociedade decorrem de fatores estruturais e culturais. Logo, é necessário que o Governo Federal, através de políticas públicas para portadores de necessidades especiais, potencialize a mobilidade urbana. Além disso, é preciso que ONG's, por meio da campanhas nos espaços de convivência, desconstrua a visão social existe sobre esses indivíduos. Essas propostas permitirão que as disfunções anatômicas deixem de ser obstáculos integrativos.

Observação 2: sinto muito se alguma pessoa com deficiência ficou chateado com os sinônimos que usei no texto. Como fiz esse texto para a minha professora de redação, eu não podia repetir as palavras :( e eu não sabia outras que não fossem "ofensivas". 

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A intolerância em xeque


Racismo. Homofobia. Machismo. Esses são os reflexos de uma sociedade austera. Em pleno século XXI, ainda existem pensamentos reacionários que afetam negativamente os entes sociais. Prova disso é o aumento da popularidade de políticos defensores de ideais radicais. Tal tendência decorre de fatores históricos e culturais.

A "descoberta" e fundação da nação verde-amarela no século XVI contaram com uma base religiosa e patriarcal. Por muito tempo, a Igreja Católica e os "homens bons" controlaram e impuseram uma moral social alicerçada nas suas ideias. No entanto, apesar dos avanços políticos, econômicos e tecnológicos, o país ainda traz como herança dos tempos pré-republicanos o pensamento primitivo através da intolerância. Reflexo disso é a existência de uma inflexibilidade por parte de grupos religiosos tradicionais em relação a crenças de matriz africana, algo muito comum no período colonial brasileiro e que persiste na República.


Como consequência da dinâmica apresentada, há a instalação de ideais reacionários na sociedade, algo que gera a rigidez a cerca de pensamentos liberais. A herança católica e machista ainda padroniza o imaginário popular, fato que o sociólogo Émile Durkheim nomeou de "consciência coletiva". Essa unificação de reflexões corrobora para o fortalecimento da intolerância, visto que, por permearem a moral social, tais ideias, muitas vezes, são maquiadas como "opinião", quando, na verdade, são discursos de ódio, algo que as "justifica". Prova disso foi a polêmica que envolveu o tema da redação do Enem 2015, na qual algumas pessoas expressavam sua indignação ao afirmar que "tal problema não existe".

A problemática da austeridade na nação deriva de questões históricas e culturais. Logo, é necessário que as escolas, baseando-se nas aulas de Sociologia, discuta esse tema com seus alunos a fim de conscientizá-los sobre esse distúrbio social. Além disso, é preciso que ONG's, por meio de campanhas nos espaços públicos, desconstruam o pensamento popular primitivo. Isso contribuirá para o desenvolvimento de uma sociedade menos intolerante.